Amizade passa?

Aviso aos navegantes, muitos dos quais são meus amigos: com certeza já estive dos dois lados da moeda aí debaixo e isso não é uma mensagem para ninguém específico, a não ser que a carapuça lhe sirva. São pensamentos em busca de me descobrir, de melhorar minha inteligência emocional. É uma autocrítica.
 
Tenho pensado muito no que é amizade.
 
 
Muitas vezes me parece que um dos grandes sintomas da amizade é a preocupação. É aquela pessoa que sempre quer saber como você está. Mas aí me lembro que nem todos tem a habilidade da empatia e alguns conseguem perceber a sutilidade do que o outro está passando facilmente, enquanto outros não conseguem ver nem se a pessoa desenha. Claro que há aqueles que conseguem ver e não querem fazer nada. E aqueles que não conseguem ver e acabam ajudando mesmo assim. E ninguém é adivinho. Se não falamos que precisamos das pessoas, não há como elas saberem, não é?

Também me parece que um sintoma é companheirismo. Aqueles que mesmo sem tempo ou sem vontade dão um jeito de te encontrar. Claro que há fases da vida que a situação te absorve tanto que por um tempo você fica em suspensão, vivendo em um universo paralelo e você não é capaz de ser um ser social. Mas fases passam.

Amizade passa? É o que eu me pergunto nesse momento. Eu sei que pessoas vem e vão da nossa vida. Mas até que ponto as que vão eram realmente nossas amigas? Isso importa? Ou o que importa é aquilo de bom que uma pessoa deixou em um certo momento?

Queremos que alguém esteja lá por nós incondicionalmente. Isso é absurdo.

Acho que todos os pensamentos que giram na minha mente são resultado de um único sentimento: solidão. Há fases em que parece que ninguém se importa contigo. Que o seu papel na vida das pessoas é estar lá feliz e contente com uma energia boa para doar enquanto elas vomitam seus problemas. Ou bobagens. Ou quando é conveniente sua companhia para fugir de outras pessoas ou lugares. E aí ninguém percebe que você precisa delas. E aí quando elas estão felizes e confortáveis não te procuram, não querem saber se precisa de companhia.
Quem nunca se sentiu assim?
É legítimo se sentir assim?
Isso é derivado do nosso egoísmo? Do nosso melindre? Do nosso apego? Da nossa incapacidade de gritar "estou aqui" por orgulho?


Não sei.
"Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa." (Sócrates)

http://www.youtube.com/watch?v=yjoPWxmOCtc

http://letras.mus.br/pink-floyd/81450/traducao.html

Comentários

Cris Medeiros disse…
Amizade boa para mim é aquela que não me cobra nada e geralmente não cobro nada mesmo das pessoas. Daí quando a gente se encontra é como se nunca tivéssemos estado distantes. Tenho amigos assim, duas amigas mais especificamente, e é muito bom contar com elas.

Beijocas

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