Meu mundo canino

Eu com minha avó e cachorros (1981)
Sabe, meu amor por cachorros não é algo que começou logo. Quando eu era criança eu tinha medo de cachorros. Quem me conhece deve achar difícil de acreditar nisso. Mas é fato.
Eu tinha medo porque quando eu ia para a escola e passava na frente de uma loja de gás, um cachorro vinha correndo lá de dentro latindo e me assustava. Comecei a passar pelo outro lado da rua e mesmo assim tinha medo que ele viesse correndo atrás de mim.
Eu tinha medo porque uma vez eu estava na casa da vizinha e o cachorro escapou, entrou na casa e pulou na minha cara. Só não mordeu porque minha vó o jogou longe.
E eu tinha medo porque uma vez um cachorro tentou me morder na casa de uma amiguinha. Estávamos brincando de esconde-esconde e a dita cuja resolveu se esconder no quintal onde os cachorros estavam presos. Ao abrir o portão eles escaparam e me acharam. Felizmente foi só u m puxão na calça. E foi o pequeno, porque o grande ficou me olhando, balançando o rabo, enquanto eu corria para dentro da casa.
Esses foram os episódios "ruins". E que só influenciaram minha relação com esses animais bem no começo da vida. Porque depois... só coisa boa.

Cresci e ganhei um cachorro. O Pelé (fico imaginando quantos cachorros já tiveram esse nome). Era filho da Lady (outro nome comum na época), que pertencia a minha avó. Depois dele veio a Panqueca, que era do meu irmão Bruno. Ele que deu esse nome, até hoje não se sabe o motivo. Não me lembro muito dessa época, já se passou muito tempo. O que me lembro é que eles eram minha companhia no quintal. Esse aí do lado, onde estou com minha prima, em 1987. E como eram irmãos, sempre que nasciam filhotes, todos morriam. Aprendi cedo, na prática, essa lição da genética! Mesmo sem saber ainda a genética por trás do fato.

Depois deles ficamos um tempo sem ter cachorros. Foi quando por volta de 1994 eu vi na casa da vizinha uns filhotes de pinscher! Me apaixonei! Fiz promessas e juras de que eu cuidaria, protegeria, amaria. Pedi, pedi, pedi, até que consegui. E como era uma época que eu ouvia muito heavy metal, coloquei o nome na minúscula criatura de Pantera. Diz minha mãe que eu melhorei muito o meu gênio difícil com a chegada dela. Foi minha companheira para ouvir música, assistir tv, brincar. Até nas paqueras adolescentes. Adorava levar a Pantera passear e passar pelos lugares onde havia gatos (hehehe). Lembro que ficava na sacada do prédio e quando um passava a instigava a latir, aí eles olhavam para cima. Que tática!
Foi assim até que eu fui para Ribeirão Preto fazer faculdade em 2001 e em 2002 ela ficou doente e passou dessa para uma melhor. Infelizmente não tenho nenhuma foto boa dela para colocar aqui.


E foi por causa dela que eu tive outra benção na minha vida. A Tula. Eu queria um cachorro grande depois de ter um tão pequeno. Essa é  uma história que já contei aqui http://patriciabiene.blogspot.com/2010/11/tula.html

Talvez seja o animal mais especial que passará na minha vida. Eu ainda choro de vontade de dar esse abraço novamente. Quando eu queria ficar sozinha, corria para o quintal. Quando eu queria ser veterinária, ela me mostrou qual caminho seguir. Ela me ensinou a cuidar e que quando a gente respeita, é respeitado. Ela me ensinou a ser líder. Ela me mostrou que eu estava certa: podemos aprender tanto com os animais, somos parte da natureza.

E foi por causa da Pantera também que o Luke veio. Quando a Pantera foi embora chorei tanto que o meu namorado da época resolveu me dar um novo cachorro. Eu lembro de dizer "eu não quero outro, eu quero minha Panterinha". Mas o Luke veio. Esse meu ex namorado adora Star Wars... daí o nome. Fomos na casa dos pais do Luke. Havia ele e o irmão. Fiquei observando. O Luke era curioso, andava, subia ali, aqui. Veio até mim com os olhos que me conquistam até hoje. O jeito calmo até rendeu o apelido de ponto morto. Por muito, muito tempo nem latia. Até hoje não se dá o trabalho de latir em certas situações quando as outras estão se matando de latir. É um lord. Adora um carinho atrás da orelha. É teimoso! Se acha o alpha. É um garanhão, já tem uns 20 filhos. Quando quer demonstrar carinho se esfrega na gente feito gato e eu o chamo de gatinho e ele se empolga ainda mais. Tem seus surtos e corre feito carneirinho pelo quintal, pega o brinquedo e faz graça. E eu morro de rir. 



E foi por causa do Luke que veio a Lilica. Um pinscher ching ling (não é pura) que é um doce. E adora doce também. Certa vez fiz um bolo de chocolate e deixei em cima da mesa. Voltei e tinha um buraco no bolo. Adivinha quem estava com a cara inteira cheirando chocolate? Pois é, depois dessa as cadeiras sempre ficaram com o assento embaixo da mesa. Isso se repetiu com esfirras. Detalhe: só o recheio sumiu. É insistente, mas muito obediente. É rouca. Odeio pombos. Late para avião. Gira quando vai ganhar biscoito. Adora correr.

O Luke ficava muito sozinho porque eu ficava o dia todo na faculdade. A noite ele não me largava e era eu o tempo todo. Ficava no meu pé enquanto eu lavava louça, comia, estudava. Esperava na porta do banheiro. Eu achava que era por ficar sozinho (ele continua carente até hoje hehehe). Aí vi a Lilica em um pet shop. "É essa mesmo!", pensei. Trouxe a danadinha para casa e o Luke olhou torto para ela por alguns minutos. Mas, como todos, se rendeu as gracinhas da pequena. Ela dormia em cima dele. Ela comia a comida dele se eu deixasse. E juntos aprontaram todo tipo de arte, desde picar jornal até destruir o armário da cozinha. Mas mudamos para um apê com quintal e tudo se resolveu. Fizemos agility juntos, aquele esporte onde os cachorros pulam obstáculos, entram em túneis. Aprenderam tudo tão rápido por salsicha! Época boa.
Até que eu me formei e fui fazer mestrado em São Paulo, já não podia ficar com eles. E eles se juntaram a Tula e meus pais. Ainda bem que os via todo final de semana. Depois que a Tula se foi, minha mãe se apaixonou pela Mel.

Mel, caso difícil. Não tinha parada (agora só tem um pouco), não tinha juízo, um Taz. Mas um amor. Dormia em cima da gente. Agitou a casa. Deu uma despertada no Luke. Demorou para o Luke aceitá-la, mas agora... um amor! Só vendo. Também já tiveram filhos 2 vezes, 6 na primeira e 8 na segunda. Super mãe. Super carinhosa. Aprendeu a "falar" com minha mãe. Ao invés de latir ela uiva ou grunhe quando quer chamar sua atenção. Adora brincar. Toda vez que fica "frustrada" desconta na Lilica. Coitada da Lilica. Mas isso já mudou muito porque eu não deixo judiar da minha pequena.

Lilica, Mel e Luke (da esquerda pra direita)
E por causa do Luke e da Mel, agora tem a Clarinha, filha dos dois. Sim, um quarteto. OMG!


Ela foi morar com minha amiga, mas ficava muito sozinha, destruia o apartamento e ela decidiu que o melhor era ir para uma casa. E ela voltou, ao mesmo tempo que eu, para a casa dos meus pais. Eu após 10 anos e ela após 8 meses.
Essa ainda está construindo sua história entre nós, mas já sabemos que ela não tem parada como a mãe, é linda como o pai, é teimosa como os dois. Também agitou a casa. E como!!! Nem preciso dizer que já mora nos nossos corações porque já nos conquistou desde que nasceu.

Clarinha, Luke, Mel, Lilica e Deus nos acuda!


Eles fazem meus dias melhores. Quando estou triste é só ficar 2 minutos no quintal e esqueço do mundo. Eles me ensinam respeito. Eles me ensinam a ter paciência. Não vejo minha vida sem eles. Sinto falta quando estou longe.
Eu sou apaixonada por cachorros, está mais que claro. Entendo quem não é, gosto é gosto, alguns preferem gatos, peixes, aves. Não quero uma ave tirada de seu habitat. Prefiro quando elas estão voando alto nos céus.
Na verdade não entendo como é possível não se apaixonar pelos animais, mas respeito. Só não respeito e muito menos entendo gente que maltrata cachorro, ou qualquer outro animal. Menos ainda a própria espécie. 
Me assusto com os humanos. Queria um mundo com mais bondade e amor. Assunto para outro dia.
Hoje eu presto aqui minha homenagem ao mundo canino!
E sou feliz por ter essas experiências!

"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem." Arthur Schopenhauer


Comentários

Izabela e Julia disse…
não consigo entender mesmo o amor por cachorro... eu tenho um medo absurdo deles... não importa o tamanho, chegou a meio metro de mim eu entro em desespero!

engraçado... conheço tanta gente com cachorrinhas chamadas "mel"... deve tá na moda haushaush

beijinho e bom fim de semana pra vc tbm
Boa tarde, querida. Gostei muitíssimo de saber um pouco mais sobre você, apesar de ser um texto longo, é deveras interessante saber um pouco mais sobre a vida dos blogueiros não? Na parte que vc fala dos cachorrinhos, me lembrou a minha. Ela roubou suuuper rápido a carne do almoço da minha mãe. Uma correria só. ^^
Cris Paulino disse…
A gente reconhece quem tem bom coração quando a pessoa ama os animais.Amar quem nos ama só com o olhar. Ver a alegria dos cachorros quando chegamos da rua não tem preço. Eu entendo perfeitamente esse seu amor por eles. EU tenho uma fofa aqui q só me dá alegrias. Ela sabe quando estou triste e vem no meu colo me dá carinho... amor incondicional... belo texto... beijos
Julliany kotona disse…
Que nessa semana duas portas
possam se abrir para você:
A do saber e do amor.
O saber compreende a vida,a segurança em seus caminhos.
O amor coloca você em estado de alegria pura.
por ser uma semente divina,multiplica-se em seu coração.

Tudo é possível
Todos os sonhos...
Toda a existência...
Todos os desafios...
Tenha fé!

Para você...
Muita paz e luz,nessa nova semana que se ínicia.
Bjos.
Unknown disse…
Eu sofro de uma qualquer fobia de cachorros e dos animais em geral. Admiro-os, gosto que os tratem bem, mas não consigo estar perto deles. É uma sensação tão estranha! Quem sabe um dia se resolve esse meu problema. Abraço.
Leo disse…
Gostei muito da sua história com os animais, eu amo tanto animais, gosto tanto de cachorros e gosto de formigas, elas são tão inteligentes, estruturadas!

Adorei moça bonita...

Beijos.
Elisa disse…
Patiiii!!!
Adorei sua história com o cachorrinhos! Adoooro também, mas vc sabe que minha paixão mesmo são os gatinhos, né!? ;-)
Bjosss

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