... quando olho para fora
"...esfregar o sal da solidão na ferida da ambivalência..."
(Z. Bauman em Vida em Fragmentos - sobre a Ética Pós-Moderna)
Não me compreendem
E eu não compreendo o mundo
Tudo parece tão sem graça
Tudo parece tão frágil, banal e sem importância
Tenho medo de não me envolver com as coisas mais simples
Porque são simples...
E o meu mundo é complexo
Gosto da filosofia
Gosto do pensar
Não gosto da vida passando sem significar
Essa linha reta que já traçaram por nós
Essa sucessão de momentos (monótonos?)
Esse sentimento imprintado na alma
Essa ignorância
Essa falta de reflexão sobre a vida
É olhar em volta e não se reconhecer humano
"Minha inteligência tornou-se um coração cheio de pavor,
E é com minhas idéias que tremo, com a minha consciência de mim,
Com a substância essencial do meu ser abstrato
Que sufoco de incompreensível,
Que me esmago de ultratranscendente,
E deste medo, desta angústia, deste perigo do ultra-ser,
Não se pode fugir, não se pode fugir, não se pode fugir!
Cárcere do Ser, não há libertação de ti?
Cárcere de pensar, não há libertação de ti?"
(Álvaro de Campos - trecho de Ah, Perante)
E é com minhas idéias que tremo, com a minha consciência de mim,
Com a substância essencial do meu ser abstrato
Que sufoco de incompreensível,
Que me esmago de ultratranscendente,
E deste medo, desta angústia, deste perigo do ultra-ser,
Não se pode fugir, não se pode fugir, não se pode fugir!
Cárcere do Ser, não há libertação de ti?
Cárcere de pensar, não há libertação de ti?"
(Álvaro de Campos - trecho de Ah, Perante)
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