Coração de magma - sobre o que eu acho dos relacionamentos
Já
pensei tantas vezes em como eu posso ser tão boba!
Acreditar
que existe o amor... acreditar que existe alguém em algum lugar para completar
minha felicidade.
Talvez
isso seja só uma ilusão.
Talvez
eu não tenha sido feita para isso.
Talvez
eu tenha que seguir sozinha mesmo.
Eu
não vejo o amor como uma prisão. Eu vejo como uma libertação.
Eu
acredito que posso me divertir mesmo amando alguém.
Que
eu possa ter amigos, sair, dançar e mesmo assim estar com o pensamento naquela
pessoa que não vejo a hora de encontrar. Ou que eu possa fazer tudo isso com a
pessoa.
Eu
não entendo como uma coisa tão linda vira algo tão indesejável. Vira um fardo,
um impedimento para ser feliz e ir atrás dos sonhos.
Talvez
eu não entenda porque isso nunca aconteceu comigo.
Sempre
estive com alguém por prazer, por querer, por me fazer feliz.
Já
sofri, mas não vejo nada daquilo como uma perda de tempo, de vida. Não vejo
nada daquilo como algo que me impediu de viver.
Ao
contrário, me ensinou a viver.
E
também vejo o amor como algo que vai sendo construído, que não vem de uma hora para
outra.
O
que vem de uma hora para outra é o desejo de conhecer alguém melhor, de ver
outras vezes... e tantas vezes isso é bloqueado por tantos medos, por tantos
obstáculos que nós mesmos construímos.
Talvez
seja a insegurança. Talvez seja o sentimento de posse que sempre acompanha as
relações.
Não
queremos perder o amor e assim, não queremos perder a pessoa.
E
aí tentamos criar uma bolha, criar regras para impedir que a pessoa se vá. Só
que aí o que se vai é o amor, o que há de bom na relação. A espontaneidade de
querer se ver. Parece que vira uma obrigação.
Quando
o outro quer fazer algo sozinho, entendemos como se o outro não nos quisesse
mais. Esquecemos que há individualidade.
É
difícil separar os sentimentos. É difícil se controlar. É difícil não encontrar
pelo em ovo. É
difícil manter a segurança, confiar e não temer a perda. E eu acredito que a base é a honestidade, por mais difícil que seja dizer o que queremos e escutar o outro, que nem sempre diz o que queremos ouvir.
Enfim,
é difícil ser corajoso.
Eu
tento muito ser corajosa. Mas muitas vezes no final do dia eu só queria ter alguém
para quem eu pudesse ligar e sentir amor. Um alívio para o coração que vive
esmagado no meio de tanto trabalho. Algo além dessa sobrevivência insana.
Alguém para encontrar e com um abraço fazer do mundo um lugar mais lindo. E ser isso para o outro.
Talvez
esse meu romantismo ainda me derrube muitas e muitas vezes. Essa minha certa
inocência de ver nas pessoas algo que é para trazer o Bem e não o Mal. De ver as relações como complicadas sim, mas algo fundamental.
http://keishinkae.deviantart.com/art/Magma-Fish-93427861 |
E quero continuar com essa sinceridade que pode ser usada contra mim.
Só que não gosto de me sentir boba por tentar. Me cansa essa esperança e
esses tropeços.
Mas...
Eu vim para viver, não para sobreviver.
Comentários
não deixe que a esperança doa,
lembre das abelhas que acreditam piamente que cada polenzinho tão pequeno, no conjunto, farão mel.
Faça da esperança o seu mel,
SEU, de mais ninguém, e que seja livre e forte, para que a alegria reconheça-se no caminho.
Beijo